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Brasilia – Big Brother na escola

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Distritais aprovam projeto de lei que prevê monitoramento dos estabelecimentos da rede pública para coibir violência.

As 620 escolas públicas do Distrito Federal podem ganhar em breve um reforço no combate à violência e ao vandalismo. Na última quarta-feira, a Câmara Legislativa do DF aprovou em segundo turno um projeto de lei que prevê a instalação de câmeras de monitoramento em todas as unidades educacionais da região.

De autoria do deputado Cabo Patrício (PT), o projeto determina que as câmeras sejam instaladas em áreas internas e externas das escolas, com exceção de locais de privacidade, como banheiros, salas de aula e sala de professores. As imagens serão de responsabilidade de cada instituição e não poderão ser disponibilizadas a terceiros, exceto em casos de investigação policial ou processos administrativos e judiciais.

Quando forem instaladas as câmeras, os estabelecimentos de ensino provavelmente terão fixadas em suas paredes placas com a famosa frase: “Sorria, você está sendo filmado”. Isso porque o texto do projeto determina a obrigatoriedade da sinalização que indica a existência de equipamentos eletrônicos que captam as imagens.

“O melhor é que agora as câmeras serão mantidas, seja qual for o governante, pois não é uma medida de governo, é uma lei. O equipamento será um importante instrumento de segurança”, disse Patrício. O projeto de lei foi encaminhado ao GDF. O governador José Roberto Arruda gostou da aprovação e afirmou que irá sancionar o documento assim que possível. “Acho uma bela idéia, que irá realmente ajudar na questão da segurança. Quanto à implementação, vamos estudar a lei para ver os prazos”, disse.

Nem todos satisfeitos com a iniciativa

Professores, diretores e funcionários de escolas aprovam as câmeras, mas o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) é contra, por acreditar que não resolvem questões que devem ser tratadas com mais amplitude. Para o diretor do Centro de Ensino Elefante Branco, Marco Espíndola, as câmeras inibirão a ação de ladrões nos estacionamentos e na área externa das escolas. “As câmeras podem ser mais um instrumento de proteção. Não podemos monitorar o tempo todo, mas caso aconteça algo que precise ser investigado, estaremos resguardados”, lembra.

Tiana Araújo Lima, que trabalha na portaria do colégio gostou da novidade. “O número de pessoas que circula em uma escola como a nossa, com cerca de 1.500 alunos, é muito grande. Não temos como controlar todos que entram. Além disso, o monitoramento pode auxiliar na prevenção e repressão das drogas e do vandalismo”, diz.

Estudantes divididos
Para Verônica dos Santos Nascimento, do 3º ano, as câmeras irão tirar a privacidade dos professores e alunos: “Vamos nos sentir vigiados o tempo todo. Nas áreas externas, pode funcionar muito bem, mas internamente é desnecessário. Acho que aumentar o policiamento seria mais eficaz.” Os colegas concordam no que diz respeito à falta de policiais do Batalhão Escolar, mas não pensam o mesmo sobre as câmeras. “Raramente vemos um policial por aqui.

Acho que as câmeras não devem substituí-los, e sim, ajudá-los. Aqui no colégio acontecem roubos. Esse equipamento pode inibi-los. Não concordo que ele invade a privacidade. A escola é um lugar de convívio social. Talvez invada para quem está mal-intencionado”, comenta Johnny Araújo, do 2º ano.

A diretora do Centro Educacional Setor Oeste, na 912 Sul, Maria Palmira de Araújo, defende o projeto, mas pondera que a questão da violência nas escolas precisa ser mais discutida. “Quem não tem boa índole, não se intimida com aparatos de segurança. A câmera, por si só, não pode mudar a realidade. Temos enfrentado problemas sérios em relação a drogas, vandalismo e violência entre estudantes e pessoas que circulam pelas áreas escolares”.

Origem: http://www.clicabrasilia.com.br/impresso/noticia.php?IdNoticia=305718

Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV

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