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Cérebro eletrônico de olho no crime

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Sistemas
de vigilância agregam inteligência artificial e são capazes de
reconhecer padrões de comportamento perigosos. E podem ser programadas
para não violar a privacidade. 

As
câmeras de vigilância estão ficando inteligentes. Novas tecnologias
permitem que elas identifiquem sozinhas situações de risco, como uma
tentativa de assalto ou de vandalismo. Com o tempo, os “olhos digitais”
aprendem a ver o que é alarme falso e o que não é. As câmeras que a
prefeitura de Curitiba instalou recentemente no centro da cidade usam
um sistema desse gênero. Para quem teme uma possível invasão de
privacidade ou um controle excessivo do governo (impossível não lembrar
do Grande Irmão orwelliano, descrito no livro 1984), os especialistas
garantem que a preocupação é infundada. A tecnologia serve para
automatizar o controle de grandes áreas e impede, por exemplo, que um
operador dê o zoom para a janela de um prédio, a fim de espreitar.

A
empresa curitibana E-NetSecurity Solutions começou a distribuir o
software AISight, da americana BRS Labs, no mês passado. No nome vai a
sigla em inglês para inteligência artificial. E ele é assim mesmo. “O
programa é como uma criança. Na primeira vez é tudo novidade, mas ele
vai analisando as situações e aprendendo. Imagine uma pessoa que acorda
e segue uma rotina de levantar e ir ao banheiro. Se um dia ela faz uma
coisa diferente, o sistema vai avisar”, explica o diretor da empresa de
segurança da informação, Wanderson Castilho. Segundo ele, o AISight
precisa da intervenção humana, um professor, para aprender. “No começo
ele vai dando alertas para tudo e é preciso mostrar que algumas coisas
são normais”.

Em algumas semanas, ele está pronto para encontrar falhas de
segurança. Se for integrado a uma rede de câmeras de uma estação de
metrô, por exemplo, o AISight alerta se um passageiro está além da
faixa de segurança, mas não se ocorrerem aglomerações, comuns nesse
local. Se for empregado em um banco, ao contrário, um grande número de
pessoas poderia ser considerado um risco e o AISight emitiria um
alerta. Ou seja, ele serve para prevenir acidentes ou crimes e não
exige um operador o tempo todo. O software está sendo usado pelo
governo americano para reconhecer atividades suspeitas e prever
atentados terroristas.

As câmeras espalhadas pelas ruas de Curitiba usam o sistema Vidos,
da Bosch. Conforme o diretor da Secretaria Municipal de Defesa Social,
Ariovaldo Nery Jr., é possível programar o software de acordo com as
necessidades de segurança. “A câmera é inteligente. Ela trava o zoom
quando aparece uma janela na tela, para que o operador não veja dentro
dos apartamentos ou casas. Se alguém passa correndo, de noite, ela soa
um alarme. Também identifica vandalismo”, explica. O bloqueio
automático ao zoom é importante porque, das 22 câmeras instaladas em
março, 21 têm aproximação de 26 vezes, enquanto uma delas consegue
enxergar até 36 vezes mais longe que o normal.

Os ladrões que não gostam. “Há um ganho de 80% na segurança, porque
há uma resposta rápida às ocorrências.” Isso também porque os programas
permitem uma fácil busca de imagens de arquivo. Eles marcam os eventos
e os organizam em listas. “Antes levava de dois a três dias para
recuperar as gravações. Hoje é instantâneo”, compara Nery Jr.
Concessionárias de rodovias, como a Ecorodovias, estão espalhando
câmeras inteligentes por toda a extensão de algumas estradas para
prevenir acidentes e identificar veículos parados. A previsão é que, no
futuro, elas vão estar em todos os lugares, como diz o especialista em
segurança digital Wanderson Castilho. “Quanto mais passa o tempo, maior
fica a necessidade de monitoramento. O fator Big Brother está chegando
e não tem como fugir. Muitos pensam que isso é um problema, mas as
pessoas idôneas não têm o que temer”, opina.

 

Origem: Gazeta do Povo

 
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV

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