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Martin Gren: história viva da câmera IP

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O co-fundador da Axis Communications, Martin Gren, foi o inventor da câmera IP.

Aos 47 anos, Gren define que seu invento “está para o mercado de monitoramento por vídeo assim como o DVD esteve para o universo do VHS”.

Pudera: em 1996 ele e sua equipe lançaram a Axis 200, primeira câmera IP lançada no mundo, que já utilizava navegadores web como plataforma padrão para visualização de imagens.

Abaixo, ele fala mais sobre sua trajetória.

Por que você decidiu apostar em tecnologia IP para câmeras?
Martin Gren: Tivemos a ideia de desenvolver uma câmera para redes e decodificadores de vídeo. E numa época em que tudo está se digitalizando, encontramos um mercado que ainda era completamente analógico, o das câmeras de segurança.

Era óbvio que mais dia ou menos dia isso tudo iria se tornar digital. Resolvemos correr e ser os primeiros a desenvolver o produto. E sabíamos também que para a indústria já posicionada no mercado, como os fabricantes das câmeras analógicas, seria difícil liderar um processo de mudança tecnológica tão grande como esse.

Mas a Internet ainda não tinha toda essa força de hoje em dia…
Gren: Depois de muitos testes, decidimos que os navegadores web seriam a plataforma padrão para visualizar as imagens. Tivemos então de descobrir como transportar esses dados digitais e apostamos nesse formato.

Quais desafios enfrentaram até chegar à primeira câmera?
Gren: Inicialmente, foi a compressão de dados. Nossa primeira câmera fazia uma imagem D1 a cada 17 segundos. Era preciso quebrar a barreira de dos 30 fps (frames por segundo) para sermos atores sérios na indústria da vigilância. Levamos quatro anos de desenvolvimento para chegar lá!

Comparando a primeira câmera, criada há 13 anos, e as soluções modernas, quais são as principais mudanças tecnológicas?
Gren: A primeira câmera era muito lenta e só servia para monitoramento remoto. Hoje temos uma ampla gama de câmeras IP, a maior do mercado, com padrão de qualidade de imagem superior e compatíveis com o formato HDTV.

Como é o trabalho de desenvolvimento da Axis?
Gren: Investimos cerca de 15% de nossos lucros em desenvolvimento e pesquisa. O nosso time de desenvolvedores trabalha em Lund, na Suécia, e conta com a ajuda de um amplo canal de distribuição e com escritórios locais.

Como driblar as fabricantes asiáticas, de baixíssimo custo?
Gren: Investimos pesado no que é o nosso diferencial, que é a altíssima qualidade do processamento de imagens. Também tiramos vantagem da nossa posição de líder de mercado para incorporar os últimos lançamentos em sensores e lentes.

Temos ainda uma rede eficiente de parceiros com fornecedores de aplicativos dando suporte às nossas câmeras. Num futuro próximo e previsível, acreditamos que a concorrência asiática vai ficar bem para trás, mas é claro que não podemos subestimá-los, ainda que, repito, a tecnologia deles não seja top de linha.

Analistas de mercado sinalizam que as câmeras de rede vão se igualar às
analógicas. Quanto a Axis contribui para esse cenário?

Gren: Nossos principais esforços são exatamente para acelerar essa mudança de padrão no mercado. Temos o nosso Axis Academy, um programa de treinamento para educar o mercado, que acredito ser a nossa principal contribuição.

Também estabelecemos o Onvif, que é um fórum aberto para estabelecer um novo standard para os equipamentos de monitoramento em rede. Com um standard comum compartilhado por diferentes players do mercado, a mudança de padrão vai ser muito mais rápida.

Quais são as próximas metas da Axis?
Gren: A meta da Axis é ser a número 1 no mercado de vigilância por vídeo global. Mas não pensamos em lançar produtos analógicos. Teremos essa liderança graças à mudança de padrão que já está se estabelecendo e que vai reduzir muito a participação das câmeras analógicas no mercado.

Gláucia Civa cobriu a vinda do fundador da Axis, Martin Gren, ao Brasil a convite da Axis Communications.

 

Origem: Baguete

 
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV

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