Imagens
de satélite em terceira dimensão e câmeras com sensores de presença a
longas distâncias. Sistema inteligente que filtra movimentos apenas de
pessoas, mesmo em pontos escuros. As tecnologias do sistema de segurança
do Sorteio Preliminar da Copa do Mundo da FIFA 2014, algumas delas
usadas pela primeira vez no Brasil, garantiram operações consideradas modelo, tanto nas instalações do evento quanto em áreas de apoio.

As
ações implementadas para o evento resultaram da articulação do Comitê
Organizador Local da Copa do Mundo da FIFA 2014 (COL) para desenvolver o
mesmo modelo de gerenciamento que será adotado na Copa do Mundo da FIFA
2014. A gestão integrou a segurança privada do evento, sob a
responsabilidade da Gerência Geral de Segurança do COL, e a segurança
pública, coordenada pela Secretaria Extraordinária de Segurança para
Grandes Eventos (SESGE), do Ministério da Justiça.

A
SESGE concentrou a articulação das forças de segurança nacionais,
estaduais e municipais, munidas de estratégias da Agência Brasileira de
Inteligência (ABIN), para a execução de ações governamentais. Entre
elas, táticas antiterrorismo e patrulhamento marítimo em torno da Marina
da Glória.

No perímetro de segurança da
Baía de Guanabara, um veículo de reconhecimento de vigilância
inteligente monitorava o entorno, integrado ao CCC. Utilizado com
pioneirismo no Brasil,
o sistema de vigilância inteligente é capaz de detectar presenças a
longas distâncias: até três quilômetros pelos sensores térmicos e até
cinco quilômetros pelo alcance de radares. O sensor térmico detecta
presenças mesmo em pontos obscuros ou até debaixo d’água.

Dezenas
de câmeras de alta precisão foram instaladas em outros perímetros das
instalações e em pontos de apoio específicos, assim como em todas as
entradas que davam acesso ao evento. As câmeras eram equipadas com raios
infravermelhos para visualização noturna. Em pontos específicos, as
câmeras utilizavam ainda outra tecnologia pioneira no país: a detecção
inteligente de pessoas com filtragem de movimentos, evitando que o
sistema fosse acionado, por exemplo, pela presença de animais.

Na
sala de visualização do CCC, as imagens das câmeras de segurança
instaladas nesses perímetros podiam ser acessadas por um mapa 3D
interativo, integradas a imagens de satélite em terceira dimensão. Ao
selecionar uma câmera específica no mapa, a tela fornecia a visualização
das imagens geradas em tempo real.

A
operação da sala de visualização do CCC ficou a cargo de especialistas
em tecnologia de informação e agentes de segurança treinados. Uma
iniciativa do COL com uma entidade sem fins lucrativos trouxe
ex-policiais afastados por algum tipo de violência sofrida no exercício
da profissão para atuarem como agentes. A política de reinclusão também é
considerada pelas autoridades de segurança um modelo a ser seguido,
buscando a realocação profissional destes policiais, que se revezaram em
turnos diários de trabalho. 

Para o
Ministério da Justiça, a segurança do evento foi uma mostra do trabalho
integrado entre os governos federal, estadual e municipal que será
utilizado em todas as 12 cidades-sede da Copa do Mundo da FIFA Brasil
2014. O órgão informa que estão sendo liberados recursos federais para a
integração de bancos de dados em todos os estados que sediarão o
evento.

A integração e articulação
estratégicas são consideradas fundamentais para a tomada de decisões
eficaz. Para o gerente geral de Segurança do COL, José Hilário Medeiros,
"este modelo de trabalho desenvolvido busca a multiplicação do
conhecimento, gerando um legado para as próximas ações do COL e dos
órgãos de segurança envolvidos na gestão do Centro de Comando e
Controle”.

No Rio de Janeiro, procedimentos
similares estão sendo adotados. A Secretaria Extraordinária de
Segurança para Grandes Eventos – SESGE, do Ministério da Justiça,
implementará o Centro de Comando e Controle da Secretaria de Estado de
Segurança (SESEG). O novo Centro será a base de operações da Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio+20),
em junho do ano que vem.