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Telefônica diz que problema em roteador causou pane

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Um roteador localizado na região de Sorocaba, que faz parte da rede
MPLS da Telefônica, provocou a pane que paralisou a banda larga da
operadora em todo o Estado de São Paulo por quase 36 horas. Os
problemas começaram às 12 horas da última quarta-feira e foram
resolvidos parcialmente no final da noite de quinta-feira, 3. Segundo
diagnóstico da Telefônica, a rede IP/MPLS atende aproximadamente 7 mil
clientes com redes privadas ou circuitos dedicados com aproximadamente
36 mil circuitos. Destes, 50% foram afetados, totalizando em torno de
3,5 mil clientes. A empresa também atende 75 mil clientes na rede Frame
Relay para circuitos privados de dados, que não foi afetada.

Sobre o restabelecimento dos serviços, até às 17 horas desta sexta-feira, a Telefônica diagnosticou que a queda do serviço afetou quatro grupos: grandes instalações públicas, grandes e médias empresas, clientes residenciais do Speedy, e a população em geral que tentou usar um serviços e não pode ser atendida.

Antes da coletiva de imprensa realizada no fim da tarde desta sexta-feira (4/7), em São Paulo, o presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente esteve reunido no Procon com órgãos de defesa do consumidor (Idec e Pro Teste) e com o Ministério Público para estudar formas de ressarcimento dos grupos afetados.

No caso do Speedy serão descontadas as horas paradas. Para os grandes clientes, a própria Telefônica está entrando em contato para avaliar as perdas e colocando sua equipe à disposição para a recuperação da rede. Ontem, segundo Valente, ele ligou pessoalmente para diversas autoridades como o ministro Hélio Costa, o governador José Serra e a Presidência da República para colocá-los a par da situação e dos esforços de recuperação da rede.

Até às 17 h desta sexta-feira, das 1,6 mil unidades do Poupatempo apenas quatro não entraram em funcionamento, das 205 agências do INSS apenar uma ficou fora do ar. O acesso voltou a todas as unidades da CET, hospitais, subprefeituras e das 560 unidades do Tribunal de Justiça apenas 6 ficaram fora do ar.

Prejuízos

A empresa ainda não avaliou quanto terá de prejuízo e quanto terá que contingenciar para ressarcir as perdas. Valente admite que a empresa poderá ser multada pela Anatel, conforme prevê a Lei Geral das Telecomunicações até o limite de R$ 50 milhões. “Esperamos não chegar a isso. Estamos tomando todas as medidas necessárias e nossa ação está sendo transparente tanto para o consumidor quanto para a Anatel”, afirmou o executivo.

Falta de redundância

O problema no roteador é complexo e aparentemente deixou a empresa perplexa. O equipamento é usado pela Telefônica e outras operadoras no Brasil e em outras partes do mundo. “Não tivemos notícias de problema similar ano nosso”, disse o executivo.

Para detectar o problema, a rede foi dividida em sessões até que se detectou exatamente o equipamento e sua localização: um roteador na região de Sorocaba, no interior de São Paulo. Como a rede IP/MPLS trabalha com pacotes, existe uma atualização dinâmica do envio destes pacotes, agrupados no ponto de destino. Essas redes são construídas em níveis hierárquicos e o roteador que gerou a anomalia estava na borda do sistema e o que deixou os técnicos sem resposta é porque essa anomalia desativou sistemas de proteção dos níveis mais altos da rede e que teriam gerado a redundância. Ou seja, os sistemas de contingência e proteção (firewall) não entraram em funcionamento.

Constatada a falha nesse roteador, o equipamento foi isolado e está sendo objeto de estudo de técnicos da Telefônica, do CpQD e da Anatel. O CPqD tem dez dias para divulgar um laudo oficial sobre o problema, mas a Telefônica espera que esse prazo seja mais curto.

O presidente da Telefônica disse achar “muito difícil” que o problema tenha sido provocado por sabotagem ou ataque externo de hackers, mas não descartou a possibilidade. Ele também disse que a empresa analisa a questão de ter sido falha humana nos trabalhos rotineiros de extensão da infra-estrutura.

Terceirização

Recentemente a Telefônica promoveu um grande processo de terceirização de serviços de manutenção, cujo contrato para a rede de fibra óptica ficou com a Ericsson e os serviços de manutenção com a Nortel e NEC. No processo de terceirização foram demitidos cerca de 700 profissionais, dos quais estima-se que 400 foram absorvidos pelos fornecedores contratados.

Valente descartou que o problema tenha se dado por falta de manutenção ou de investimentos na infra-estrutura para abarcar o crescimento explosivo da banda larga no país. "A rede está preparada para o crescimento", disse o executivo.

PGO

Perguntado se a queda da rede de banda larga poderia influenciar a consulta pública sobre o PGO (Plano Geral de Outorgas) que acontece nesta segunda-feira (7/7), em São Paulo, Valente disse "achar difícil" e não quis comentar o assunto. Um dos pontos mais polêmicos propostos no novo PGO é a questão da separação das empresas de banda larga e de telefonia fixa, argumento que ganharia força com a vulnerabilidade do serviço de banda larga. Além da necessidade de uma regulamentação específica para serviços de valor agregado.

Origem: TI Inside

 
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV

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