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PM quer centrais do Olho Vivo em todos os batalhões

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A vigilância eletrônica por meio de câmeras, conhecida em Belo Horizonte como Olho Vivo, deve ser expandida para toda a capital.

A Polícia Militar (PM) está prestes a inaugurar a primeira etapa da ampliação, implantando 66 equipamentos em bairros das regiões Noroeste e Pampulha.

As imagens serão monitoradas em uma central do 34º Batalhão. O investimento é de R$ 3,7 milhões e a previsão é que a aparelhagem esteja em funcionamento dentro de dois meses.

De acordo com o assessor de imprensa da PM, capitão Gedir Rocha, o objetivo da corporação é que cada um dos sete batalhões da cidade tenha uma central de monitoramento eletrônico. Atualmente, 72 câmeras estão em funcionamento no centro, Savassi e Barro Preto, na região Centro-Sul.

Por questões de segurança, a PM não divulga os locais onde serão colocadas as 66 novas câmeras. No entanto, elas estarão distribuídas pelos 60 bairros localizados na área do 34º batalhão, como Padre Eustáquio, Caiçara, Coração Eucarístico, Ouro Preto e Santa Terezinha.

Segundo o comandante do batalhão, coronel Cícero Nunes Moreira, haverá câmeras nas imediações do Mineirão e da orla da lagoa da Pampulha.

O presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública (Consep) da Pampulha, Modesto Marçal, confirmou que o equipamento está sendo instalado na rua Conceição do Mato Dentro, no Ouro Preto.

Segundo o capitão Gedir Rocha, foram levados em conta fatores como o fluxo de pessoas, a incidência criminal e a eficiência das câmeras para a escolha dos pontos em que elas serão instaladas.

Ele ressaltou que o projeto da PM se diferencia do Olho Vivo, parceria entre o governo do Estado e da parceria da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Segundo o capitão Gedir, todo o recurso para a colocação das novas câmeras é oriundo dos cofres estaduais.

?O que está sendo feito é um novo modelo de monitoramento eletrônico da cidade. A eficiência do sistema foi comprovada nas áreas onde ele está funcionando, onde houve redução de até 54% de determinado tipo de crime?, disse.

De acordo com o oficial, o monitoramento das câmeras que estão sendo instaladas será feito na sede do 34º Batalhão, no Caiçara. A base de monitoramento do Olho Vivo foi montada no prédio do comando geral da PM, na praça da Liberdade.

?As câmeras tornam mais eficiente o trabalho da polícia e os resultados são satisfatórios para a comunidade. Por isso, a idéia da PM é que a vigilância eletrônica seja expandida pela cidade e cada batalhão tenha sua base de monitoramento?, afirmou o capitão.

Padre Eustáquio
Por causa da grande concentração comercial do Padre Eustáquio, onde moram cerca de 50 mil pessoas, a maior parte das 66 câmeras funcionará no local. As bases para a instalação do equipamento já foram montadas ao longo da rua Padre Eustáquio, a principal do bairro.

Também será colocada uma câmera na praça Geraldo Torres. Marcelo Malta, 48, é proprietário de uma pizzaria localizada na praça há 25 anos.

?Como foi abortada a idéia da criação do centro administrativo aqui no bairro, o governo nos prometeu uma compensação. Nós então pedimos que fosse feito algo para aumentar a segurança?, disse o comerciante.

Malta fez parte da comissão de moradores e comerciantes do Padre Eustáquio que esteve no Palácio da Liberdade negociando a instalação do monitoramento eletrônico na região. Ele disse que há vigias 24 horas na pizzaria. Mesmo assim, o estabelecimento foi assaltado uma vez.

No entanto, segundo o comerciante, o principal problema no bairro são os arrombamentos e furtos de veículos. ?As pessoas deixam os carros estacionados na rua e vão resolver alguma coisa. Quando voltam, ficam surpresos com a rapidez com que os criminosos agem?, afirmou.

Assaltos são os mais freqüentes

O principal problema enfrentado pela Polícia Militar no Padre Eustáquio são os arrombamentos, furtos e roubos de veículos. A informação é do comandante do 34º Batalhão, coronel Cícero Nunes Moreira. Ele disse que também ocorrem casos de assaltos a pedestres.

Os homicídios, de acordo com o oficial, são mais frequentes no Califórnia e na Pedreira Prado Lopes (PPL). Embora não tenha apresentado dados, ele afirmou que os índices da violência estão caindo na área.

O coronel ressaltou que a existência de rotas de fuga (Via Expressa e Anel Rodoviário) no Padre Eustáquio e o trânsito intenso tornam o bairro vulnerável ao roubo de veículos.

?Há muitas escolas no bairro e mais de 3.000 carros chegam a ficar estacionados na porta dessas instituições, todos os dias?, justificou. Ele disse que a Patrulha Comunitária, uma viatura itinerante montada em todos os bairros, está mais focada no combate a esse crime.

Segundo o comandante do 34º batalhão, a expectativa quanto à eficiência das câmeras de vigilância eletrônica no combate à violência é grande. Ele destacou que outras ações estão sendo desenvolvidas para prevenir os crimes.

Além da Patrulha Comunitária, o coronel citou a Rede de Vizinhos Protegidos, em que as moradores telefonam para a PM quando percebem alguma situação estranha na casa ao lado.

Moradores relatam casos de violência

O comerciante Ediley Torres da Silva, 40, dono de um bar, já sentiu na pele o terror da violência. Ele reagiu a um assalto, dentro de seu estabelecimento, e foi baleado à queima roupa na cabeça. Ele sobreviveu, mas desde então passou a trabalhar aterrorizado.

Para o comerciante e outros moradores do bairro, as câmeras de monitoramento eletrônico vão inibir a ação dos criminosos. Segundo Silva, o assalto que quase lhe custou a vida ocorreu há dez anos. Em janeiro deste ano, o bar foi novamente assaltado, mas ninguém ficou ferido.

?O crime aqui é frequente. Na semana passada, a agência dos Correios em frente ao bar foi assaltada?, disse o comerciante.

O empresário João Antônio Giuliano, 50, morador do Padre Eustáquio há dez anos, disse que ladrões invadiram a garagem do prédio onde ele mora, de madrugada, e arrombaram todos os carros.

?Toda ferramenta que vier para combater esse tipo de coisa é sempre bem vinda?, completou. Mesmo quem nunca foi vítima da criminalidade no Padre Eustáquio tem uma história de violência para contar.

?Um dia desses eu estava sentado do lado de fora do bar quando um homem entrou com arma em punho, assaltou um rapaz e fugiu na garupa de uma moto?, disse o aposentado Paulo Roberto Teixeira, 62.

Origem: http://www.otempo.com.br/cidades/lerMateria/?idMateria=91909

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