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O bilionário mercado da segurança

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Em todo o País, o mercado de segurança privada e
eletrônica movimenta mais de R$ 20 bilhões ao ano.

Um leve ranger da
dobradiça da porta de casa já é capaz de provocar calafrios em Solange. Há três
anos, ela e o marido estiveram sob a mira de um revólver enquanto a residência
era revirada por assaltantes. O muro alto, segundo ela, “de mais de dois
metros”, não intimidou nem impediu a invasão dos bandidos. “Levaram alguns bens
materiais, dinheiro, celular, mas principalmente me roubaram a tranquilidade
para sempre”, desabafa Solange Araújo, 45 anos. No ano passado, o casal mudou de
bairro e resolveu investir pesado em segurança. Até agora já gastaram
aproximadamente R$ 6 mil em câmeras modernas, cerca elétrica, sistema integrado
de alarmes e sensores, além da contratação de um serviço de monitoramento 24
horas.


“É um investimento alto, mas que vale a pena”, conta Solange, que
pediu que não fossem divulgados o bairro onde mora e sua profissão. “Por
precaução”, explica. Para ela, “todo cuidado é pouco” quando o assunto é sua
segurança pessoal.

São pessoas como Solange, que sofreram ou temem passar
por situações de violência, que alimentam o bilionário mercado da segurança
privada (vigilância armada ou não) e da eletrônica (equipamentos e sistemas de
vigilância) no Brasil. Juntos, segundo a Federação Nacional das empresas de
Segurança e Transporte de Valores e a Associação Brasileira das Empresas de
Segurança Eletrônica, esses dois setores movimentam anualmente mais de R$ 20
bilhões no País e alcançam crescimento de 10% ao ano. Somente em Fortaleza, o
mercado da segurança movimenta anualmente mais de R$ 200 milhões, segundo o
Sindicato das Empresas de Segurança e Vigilância do Estado do Ceará.

Quem
também fatura com o sentimento de insegurança da população são as blindadoras de
veículos, que não cobram menos de R$ 30 mil por serviço e tornam carros de
passeio verdadeiros tanques preparados para enfrentar uma eventual ação de
bandidos fortemente armados.

Os prestadores de serviços e
estabelecimentos comerciais também vêm investindo cada vez mais na segurança,
que deixou de ser um item variável (eventual) na formação de preços e passou a
ser um gasto fixo mensal assim como as contas de energia, água e condomínio.
Como não absorvem estes custos, os empresários repassam o gasto ao consumidor
final que acaba pagando a conta de produtos e serviços que lhe são
ofertados.

Como bem disse o dono de uma empresa de blindados de
Fortaleza, enquanto houver criminalidade ou sensação de insegurança
generalizada, o setor vai continuar a comemorar seu faturamento. Trata-se de um
mercado movido pelo medo.

 
Origem: http://teleoeste.blogspot.com/2009/08/o-bilionario-mercado-da-seguranca.html

 
Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV

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