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Por dentro do maior cofre do País

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Sede da Brinks, inaugurada em SP na semana passada, é a maior e a mais segura da multinacional no mundo. No maior cofre do País não se dá dez passos sem ser flagrado por uma
câmera de vigilância. Ao todo, são 700, estrategicamente espalhadas
pelos 12 mil metros quadrados do edifício, inaugurado na semana passada
na zona norte de São Paulo. As cenas nunca são transmitidas para a
sede, mas para outra filial. É mais uma das várias normas rígidas de
segurança da maior e mais segura base de operações da Brinks no mundo. 

“O Brasil é um mercado imenso e talvez o mais violento. Daí a razão de investir pesado”, resume Ronald Rokosz, presidente mundial da Brinks, multinacional americana de transporte de valores que atua em 120 países e gastou até agora R$ 30 milhões nesse projeto. Rokosz não sabe dizer quantos brasileiros já morreram em serviço, mas assegura que eles são os mais numerosos.

O prédio foi erguido em apenas dez meses. Pela primeira vez desde que desembarcou no País, há 42 anos, a multinacional construiu do zero uma base para armazenar valores – até então, as plantas eram apenas adaptadas. O andar onde ficam os caixas-fortes, por exemplo, é um mistério. Os homens responsáveis pela segurança são proibidos de revelar quantos são. E não adianta tentar contar. A planta parece um labirinto, foi feita para confundir.

Poucos funcionários têm acesso a essa área. Quem chega da rua, por exemplo, vê apenas uma fração do lugar. Após digitar uma senha, ele entra em um espaço, totalmente blindado, e deposita os malotes em um carrinho, que é passado para um segundo funcionário pela metade inferior da porta. A outra metade é fechada. É um verdadeiro bunker.

O gerente nacional de Segurança da Brinks, José Serafim da Fonte, costuma repetir que o impossível sempre pode acontecer. Por isso é preciso estar preparado. No prédio, há várias barreiras para evitar que ladrões perfurem um túnel para chegar aos cofres, técnica que foi adotada no terceiro maior roubo do planeta – em 2005, ladrões escavaram um túnel de quase 80 metros para chegar aos cofres do Banco Central em Fortaleza.

A primeira barreira é a localização. A Brinks tinha três opções de lote, mas escolheu o que ficava perto do Rio Tietê para dificultar escavações subterrâneas. A base ainda é dotada de sensores dos mais diversos tipos. Um deles detecta até o movimento de brocas silenciosas.

Talvez a mais cinematográfico delas seja uma prosaica caixa d’água. Vista do lado de fora do prédio, não ameaça ninguém. Mas ela alimenta um “piscinão” que fica no subsolo, logo abaixo dos cofres. Se um invasor tenta entrar por baixo, corre o risco de morrer afogado.

Esse cobiçado andar, guardadas as devidas proporções, não é muito diferente dos cofres do Tio Patinhas, o clássico personagem de Walt Disney. A Brinks é a única transportadora de valores autorizada pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) a custodiar ouro no Brasil. Ali também está a taça da Copa do Mundo de 2002.

As transportadoras de valores armazenam quase tudo o que é movimentado na economia brasileira – da conta de luz quitada no banco à compra do supermercado. De cinco anos para cá, os bancos começaram a terceirizar esse serviço para empresas como a Brinks. Hoje, calcula-se que de 70% a 80% dos valores sejam armazenados em cofres de terceiros.

No resto do mundo não funciona assim. Apenas alguns países da Europa e da América Latina, como a Colômbia, terceirizam esse serviço. No Brasil, além da questão de segurança, os bancos seguiram esse caminho para focar na atividade principal. Essa mudança foi uma das razões que levaram a Brinks a investir nessa nova base. O Brasil, segundo o presidente da empresa no País, Francisco Mendonça, é um mercado potencial de R$ 1,2 bilhão. A filial brasileira fatura hoje US$ 300 milhões.

Origem: www.estado.com.br


Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV

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