Como transformar uma câmera em um aparelho inteligente?

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Muito se fala em inteligência artificial. Carros, geladeiras, lâmpadas e uma alta gama de utensílios estão se tornando inteligentes para facilitar a vida do consumidor e ajudá-lo a economizar. Um ponto em comum entre essa tecnologia é que, na maioria dos produtos, ela vem de fábrica, ou seja, o usuário não consegue transformar a sua geladeira em um objeto inteligente, por exemplo — neste caso é preciso investir em uma nova.

O mesmo não acontece com as câmeras. Reconhecimento de características, de movimentação e de placas pode parecer uma tecnologia distante, mas na verdade, alguns dos aparelhos precisam apenas se conectar com uma plataforma para se tornarem inteligentes e permitirem essas análises. Tecnicamente falando, todas as câmeras que possuem o protocolo RTSP podem agregar a tecnologia.

O protocolo de transmissão em tempo real (RTSP, na sigla em inglês), permite, de acordo com a demanda, a transferência de vídeo e áudio em tempo real. Ele controla e estabelece um ou mais streams sincronizados de dados contínuos. Os aparelhos P2P geralmente já vêm com esse protocolo instalado. Dessa forma, resta apenas conectá-los à uma plataforma de análise de imagens para torná-los inteligentes.

Dentro da solução da Camerite, por exemplo, a chamada Rede Neural faz o mesmo trabalho que câmeras de alto custo e sem acesso em tempo real, por meio de câmeras simples, até mesmo analógicas, de maneira descomplicada e rápida. A tecnologia funciona inspirada nas conexões e funcionamento do cérebro humano. Assim, permite que as câmeras compilem informações e as interpretem de forma inteligente.

Uma imagem em tempo real transmitida por meio do protocolo RTSP chega até a Rede Neural que consegue identificar a que horas um carro vermelho passou por determinada rua, por exemplo. Ou ainda, quantas pessoas vestindo azul passaram na frente de determinada loja em um dado período de tempo. Outra funcionalidade é criar um perímetro virtual com identificação de movimento. Imagine configurar a câmera da sua casa para, por exemplo, avisar caso uma pessoa passe entre às 21h e às 6h da manhã numa determinada área — e não precisa ter medo de ser acordado porque seu animal de estimação esteve no local monitorado, a câmera irá alertar apenas se pessoas passarem por lá. Essa tecnologia já é possível por meio da Rede Neural que é em tempo real e permite diferentes configurações.

A tecnologia é possível graças ao serviço em nuvem. O armazenamento dos dados em um servidor, costumeiramente o da Amazon, permite que as imagens sejam vistas e analisadas ao vivo. Bem diferente da realidade dos antigos DVRs nos quais o acesso HTTP é muito instável.

Um medo comum é que hackers consigam acessar câmeras inteligentes e usar as informações obtidas para cometer algum crime, entretanto, muito dificilmente isso vá acontecer. A partir da infraestrutura da AWS é utilizada uma avançada defesa para ajudar a proteger a privacidade do usuário, criptografando todo o processo de ponta a ponta.

As câmeras inteligentes ainda podem ir além de identificar características de imagens, é possível programar uma interação entre elas e bancos de dados para fazer análises em tempo real. Uma tecnologia já em andamento é a identificação de placas, muito conhecida como LPR ou OCR. Com a leitura feita por câmeras via protocolo RTSP, os dados das placas de automóveis são cruzados com o banco de dados dos veículos que têm alguma pendência com a lei (SINESP), assim as autoridades conseguem ter um maior controle de uma forma simplificada.

Portanto, é possível transformar basicamente qualquer câmera que tenha o protocolo RTSP em dispositivos inteligentes. A tecnologia é acessível e ajuda a manter a segurança de casas, bairros e cidades.

Luiz Segundo

Origem: Revista Digital Security

Marcelo Peres

mpperes@guiadocftv.com.br

GuiadoCFTV

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Sirlei Madruga

Sirlei Maria Guia do CFTV

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