Especialista dá dicas de como reagir em casos de violência urbana

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“No momento de assalto, o melhor a fazer é tentar buscar a calma”, orienta o major Diogenes Lucca, especialista em segurança.

No centro do Rio, na noite de terça-feira (9), assaltantes entram em um ônibus e rendem os passageiros. Cerca de 20 pessoas estávam no veículo. O ônibus foi cercado pela polícia. 
No desespero, um passageiro abriu a janela do motorista e saiu correndo. “Quando eu pulei, tinha tudo mapeado: sair dali para entrar em um carro. Eu comecei a correr como um doido. O policial veio e me socorreu. E não fiz nada do que tinha pensado antes”, conta Hélio Gomes.
E você, o que faria se, de repente, se visse em uma situação dessas? “A gente sabe que não pode reagir, mas na hora H”, comenta a secretária Anita Viscaíno. “Eu faria o mesmo se tivesse oportunidade igual à que ele teve”, diz o analista de sistema Daniel Maia.
É difícil mesmo saber como agir. Por isso, o Fantástico saiu às ruas com um especialista em segurança para mostrar o que se deve ou não fazer em situações de violência urbana. O major Diogenes Lucca é ex-comandante do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar de São Paulo. “No momento de assalto, o melhor a fazer é tentar buscar a calma”, orienta o Major. 
O Fantástico preparou um manual de sobrevivência para situações pelas quais todo mundo pode passar. 
Na saidinha de banco, a regra é simples: sacou dinheiro, muito cuidado. E mais: o assaltante pode estar de olho, mesmo dentro da agência. Major Lucca ressalta que não se pode sair com a carteira. “É muito comum ter uma pessoa chamada olheiro observando quem faz a operação”, diz. 
O músico Paulo César Perrone, de 32 anos, foi assaltado depois de sacar R$ 3 mil no caixa de um banco em Salvador, no mês passado. As câmeras de segurança mostram dois criminosos seguindo o músico. Do lado de fora, Paulo foi baleado na cabeça e permanece internado em estado grave. A mãe, Lúcia Roriz, se diz apavorada com a violência. 
“Se uma pessoa encostar no meu carro, eu já fico amedrontada. Não vou em banco mais, e assim a população toda”, conta. 
“É bom evitar fazer essas operações com dinheiro vivo no caixa. É sempre bom evitar saques em grandes quantidades de dinheiro”, orienta Major Lucca. 
E como agir ao ser abordado por um assaltante em um sinal fechado? Marcela já passou por essa situação quatro vezes. A última delas foi em um semáforo na Zona Sul de São Paulo. “Eu fiz um movimento para o lado para pegar qualquer coisa e, quando vi, ela já estava com metade do corpo para dentro do carro, com o vidro aberto, e me pediu o celular”, lembra Marcela Franco, que foi vítima de uma nova gangue só de meninas que tem atacado em São Paulo. 
Marcela fez o que muita gente faz. “A criminosa, nesse caso, percebeu a total distração dela e a escolheu como vítima”, observa Major Lucca. 
Com o sinal fechado, uma motorista aproveita para mandar torpedos. “Ela perdeu o contato com a realidade. É nessa hora que o criminoso tem o fator surpresa para ele”, descreve Major Lucca. 
Ao ser abordada pela equipe de reportagem, a motorista leva um susto. Para quem fuma, o major Lucca destaca: “O cigarro induz a pessoa a manter o vidro aberto, o que é um risco”. 
A dica é simples: “Em grandes cidades, em grandes centros, portas travadas e vidros fechados. Isso vai representar um obstáculo, porque o criminoso vai ter que bater. Quanto mais tempo ele perde no local de risco , pior para ele”, diz o Major. 
Agora, imagine que você está jantando e conversando com amigos e, de repente, homens armados entram no restaurante. Levam celulares, relógios e dinheiro. Aconteceu em um restaurante da Zona Sul de São Paulo, segunda-feira passada (8). 
A dona ficou preocupada com a reação dos clientes. “Eu falei para entregarem tudo com medo que saísse algum tiro, que machucassem alguém”. 
“O melhor a fazer é ficar do jeito que está. Não fazer nenhum gesto brusco, não deitar no chão, não fazer nada, porque isso vai ser interpretado pelo criminoso como uma reação”, diz Major. 
Essas dicas valem também para lotéricas, padarias e mercadinhos. Em alguns casos recentes, as vítimas reagiram e foram mortas. Durante o assalto, é importante também não tentar negociar com o criminoso. 
“Ele está com muita pressa, quer resultado rápido. Uma pessoa que começa a conversar vai também importuná-lo, irritá-lo, e vai gerar um descontrole da parte dele”, diz Major. 
E mais: nunca encare o assaltante. “Baixar a cabeça pode ser um gesto interessante, porque vai trazer calma para o criminoso, vai deixar ele entender que ele está no comando da situação. Nessa hora, é o melhor a fazer”, diz o especialista. 
E do lado de fora? O que fazer se começar um tiroteio no meio da rua? 
“Se começar um tiroteio no meio da rua, o melhor a fazer é deitar no chão. Deitar no chão diminui o ângulo de tiro, diminui o risco de ser vítima de uma bala perdida”, explica major Lucca. 
Esta semana, o que aconteceu com o ônibus no Rio foi um sequestro. De janeiro a junho deste ano, na capital Fluminense, foram mais de 3 mil roubos nesse tipo de transporte. Isso sem contar os furtos, quando algo é levado sem que o passageiro perceba. 
Em um ônibus vazio, o especialista explica como se proteger. “Se você está dentro do ônibus, com a bolsa, um criminoso pode mexer, abrir, cortar e você não vai perceber. Ao passo que, se você colocar a bolsa na frente do seu corpo, protegendo, vai ficar difícil uma pessoa roubar sem você perceber”. 
Circulando por São Paulo, as pessoas dizem como reagir. 
“Eu acho que meu primeiro instinto seria proteger. Eu puxaria, se ele fosse pegar a minha bolsa”, conta Daniela Marques. 
“Isso não é certo. Quando você identificar que o ônibus está sendo assaltado, qualquer reação pode pôr em risco a sua vida”, ressalta o especialista. 
No Rio, Hélio, o homem que fugiu do ônibus, reconhece: agiu por impulso e não aconselha ninguém a fazer o mesmo. 
“Eu poderia ter agido de outra maneira”, constata. 
“É uma reação completamente emocional. Ele viu a oportunidade e, de repente, fez um julgamento e teve sorte. Mas eu costumo dizer que, via de regra, é bom não reagir”, finaliza Major Lucca. 

 
 
 
Engº Marcelo Peres
mpperes@guiadocftv.com.br
Editor do Guia do CFTV

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Eng° Marcelo Peres

Eng° Eletricista Enfase em Eletrônica e TI, Técnico em Eletrônica, Consultor de Tecnologia, Projetista, Supervisor Técnico, Instrutor e Palestrante de Sistemas de Segurança, Segurança, TI, Sem Fio, Usuário Linux.

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