Neide Sellin, brasileira, cria cão-guia robô

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Que a tecnologia avança a passos largos não é novidade. Mas, quando nos deparamos com uma ascensão relacionada à saúde e que visa a inclusão social, o coração chega a ficar “quentinho” — como dizem por aí. Esse é o caso de Neide Sellin, professora graduada em Ciência da Computação, que desenvolveu um cão-guia robô chamado Lysa. O nome teve como inspiração o primeiro computador criado por Steve Jobs — e que acabou, também, batizando sua primeira filha, Lisa Brennan-Jobs.

Como funciona o robô-guia Lysa?

  • Pesando pouco mais de quatro quilos, o robô possui câmeras, cinco sensores, navegação GPS e bateria de oito horas;
  • Ele consegue calcular a melhor rota para o usuário com total autonomia, prevenção e mobilidade durante seu percurso — algo baseado em ferramentas de navegação, como o Google Maps;
  • Testado por mais de 200 pessoas com deficiência visual, a combinação de funcionalidades fez com que Lysa fosse bem recebida.

“Esta é uma tecnologia pioneira no mundo com capacidade de ajudar milhares de pessoas. Podemos dizer que é uma nova forma das pessoas ‘enxergarem’ o mundo. Melhorar a vida das pessoas a partir do desenvolvimento de tecnologias era um sonho antigo, que foi ganhando cada vez mais espaço na minha vida. O projeto deu origem a uma startup e hoje estamos todos determinados a finalizar o produto e disponibilizá-lo o mais rápido possível para o mercado.” Neide Sellin

Lysa tem duas versões: enquanto a Indoor é adequada para ambientes fechados sendo mapeada, a Outdoor tem como objetivo ser um modelo mais atualizado que alcança a vida real dos cães-guia também fora de casa. Por isso, é indicada para ir às ruas e a ambientes abertos.

Os desafios das mulheres na área de tecnologia, embora esteja crescendo e ganhando destaque, é mostrado também em pesquisas. Segundo o relatório “Profissionais de tecnologia no Brasil em 2021”, a presença feminina no mercado ainda é baixa — elas ocupam 12,7% dos postos de trabalho, segundo informações levantadas pela Revelo.

Como ter uma Lysa?

Segundo o IBGE, existem cerca de 10 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil. Destas, 7 milhões possuem graus mais severos. Segundo informações do Instituo Magnus, existem menos de 200 cães-guias em atividade no país. Ao mesmo tempo, há uma lista de espera que conta com mais de 700 pessoas aguardando pelo cão de assistência.

O Instituto Magnus é considerado o maior centro de treinamento de cão-guia da América Latina, um dos poucos capacitados para o tipo de formação. O treinamento de cada cachorro, que começa com ele filhote, custa em média R$ 60 mil ao instituto — que funciona como uma entidade de assistência social, sem fins lucrativos, a partir de doações. Quem deseja obter um cão-guia através do instituto precisa se inscrever em um dos programas da organização e atender aos critérios para ser selecionado.

Para ter uma Lysa, no entanto, também é necessário treinamento e investimento. Ainda ao Olhar Digital, a criadora explicou que para ter o cão-guia robô é necessário entrar em contato com a Vixsytem, startup responsável pelo projeto.

“Já tem pessoas andando com a Lysa. No Hospital Albert Einstein, por exemplo, tem um funcionário que usa. E teremos também uma possibilidade de diversas pessoas usarem no MAM [Museu de Arte Moderna de São Paulo]. Será iniciada uma exposição em fevereiro e todos os deficientes visuais poderão ‘ver as obras’ e ter acessibilidade à arte também. Aqui em Serra tem uma pessoa que [também] já usa, é a primeira, mas ainda em fase de teste.”

Reconhecimento internacional 

Lysa foi um dos projetos citados no TOP 12 Global de Startups no “SLINGSHOT 2021”, realizado em Singapura no ano passado. O robô ficou entre os três melhores na categoria “Cidades Inteligentes”, que premia projetos com maior capacidade de atender demandas sem perder a qualidade. Lysa concorreu com iniciativas de 5 mil startups inscritas na premiação.

Ainda em 2021, a tecnologia de Lysa foi adotada pela escola EEEM Prof Renato José da Costa Pacheco, de Vitória (ES). A unidade de ensino se tornou a primeira no Brasil a proporcionar aos alunos com deficiência visual a possibilidade de circular com mais autonomia.

Já em 2022, a professora foi convidada a participar da celebração de 20 anos do prêmio Cartier Women’s Initiative, que homenageia mulheres empreendedoras do mundo todo. Em 2018, ela foi uma das ganhadoras do prêmio.

origem: https://olhardigital.com.br/2023/02/06/medicina-e-saude/brasileira-cria-cao-guia-robo-para-auxiliar-pessoas-com-deficiencia-visual-veja-video/

Sirlei Madruga de Oliveira

Editora do Guia do CFTV

 sirlei@guiadocftv.com.br

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Sirlei Madruga

Sirlei Maria Guia do CFTV

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