Reconhecimento facial impulsiona aeroportos, shoppings e bancos na América Latina, aponta RecFaces
A tecnologia de reconhecimento facial está transformando a segurança e a eficiência operacional em diversos setores ao redor do mundo. Na América Latina (LATAM), essa inovação vem ganhando força, impulsionada por demandas por mais segurança, transformação digital e uma experiência aprimorada para o cliente.
Segundo estatísticas recentes, o reconhecimento facial tem se mostrado revolucionário em áreas com grande circulação de pessoas, como aeroportos, instituições governamentais, shoppings, estações de metrô e bancos. Nesses ambientes, a biometria não apenas reforça a segurança, mas também aumenta a eficiência do trabalho de vigilância e das equipes de segurança.
Com o avanço da infraestrutura e dos sistemas de proteção física nos países latino-americanos, a tecnologia surge como uma solução para reduzir riscos, agilizar processos e melhorar a experiência do usuário.
O mercado biométrico na região já movimenta cifras expressivas: foram US$ 4.273,2 milhões em 2024, com expectativa de alcançar US$ 15.153,9 milhões até 2033, segundo projeções. O crescimento anual composto (CAGR) entre 2025 e 2033 é estimado em 14,35%. Brasil, México e Argentina lideram os investimentos, impulsionados por crescimento econômico e foco em segurança.
1. Aeroportos: mais segurança e agilidade
O setor aéreo latino-americano está em expansão. Janeiro de 2025 registrou o melhor início de ano da história da aviação na região. Segundo a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), o tráfego de passageiros cresceu 2,4% no mês, com quase um milhão de passageiros a mais em relação a 2024.
Esse aumento foi favorecido pela reativação de rotas, políticas de céu aberto e a alta na demanda turística. O Brasil teve papel central, com seu mercado interno responsável por 44% do crescimento regional.
Por que aeroportos investem em reconhecimento facial?
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Fluxo contínuo de passageiros: aeroportos como El Dorado (Colômbia) e Viracopos (Brasil) utilizam biometria para acelerar processos como check-in, imigração e embarque. O embarque biométrico pode reduzir o tempo de processamento em até 50%.
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Segurança reforçada: Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio de Janeiro) adotaram embarque sem documentos físicos, aumentando a segurança e evitando fraudes de identidade.
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Experiência sem contato: após a pandemia, sistemas sem contato ganharam importância. O reconhecimento facial permite check-in, despacho de bagagens e embarque sem troca de documentos.
A SITA prevê que, até 2026, mais de 70% das companhias aéreas no mundo adotarão identificação biométrica, e os aeroportos da América Latina já estão se adequando.
2. Shopping centers: segurança e experiência personalizada
O varejo latino-americano está aquecido, com os shoppings sendo centros comerciais vitais. Contudo, o alto fluxo de pessoas também representa riscos como furtos, fraudes e acessos não autorizados.
Por que os shoppings estão adotando reconhecimento facial?
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Segurança aprimorada: segundo o Conselho Internacional de Shopping Centers, lojas perderam US$ 121,6 bilhões por furtos em 2023. Estima-se que as perdas ultrapassem US$ 150 bilhões até 2026. Com a biometria, operadores identificam pessoas em listas de observação e rastreiam movimentos em tempo real.
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Experiência personalizada: o mercado de fidelidade na América Latina cresceu 19,2% entre 2020 e 2024, e a previsão é de 14,4% até 2029. A biometria permite reconhecer clientes recorrentes, personalizar o atendimento e enviar ofertas sob medida — como sugerir uma blusa que combine com uma calça comprada anteriormente.
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Equipe de segurança otimizada: o reconhecimento facial automatiza identificações, permitindo que a equipe se concentre em ações críticas, como emergências ou comportamentos suspeitos.
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Localização de crianças perdidas: o shopping Jockey Plaza (Brasil) utiliza reconhecimento facial para encontrar crianças desaparecidas rapidamente, escaneando câmeras em tempo real e reunindo famílias em minutos.
Com a concorrência do e-commerce, os shoppings físicos investem em tecnologia para se diferenciar e proteger seus clientes.
3. Instituições financeiras: combate à fraude e cibersegurança
A América Latina enfrenta altos índices de fraude financeira, com aumento de roubo de identidade e crimes cibernéticos. Em 2022, a região registrou 360 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, com crescimento superior a 50% do malware wiper.
Como o reconhecimento facial fortalece os bancos?
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Prevenção ao roubo de identidade: a biometria facial permite autenticação multifatorial e verificação em tempo real, garantindo que apenas pessoas autorizadas acessem contas e realizem transações.
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Autenticação segura e sem fricção: senhas e PINs podem ser substituídos por reconhecimento facial, reduzindo problemas de segurança e melhorando a experiência de uso.
“À medida que a LATAM avança em sua transformação digital, o reconhecimento facial está se tornando uma tecnologia essencial em aeroportos, shopping centers e bancos. Sua adoção continuará a crescer, posicionando a região como líder em inovação tecnológica e segurança”, afirma Kristina Sharykina, Gerente de Desenvolvimento de Negócios para a LATAM na RecFaces.