Guerra dos Chips: Huawei ameaça liderança da Nvidia em IA e preocupa governo dos EUA

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A Nvidia, uma das maiores fabricantes de semicondutores do mundo e líder no setor de inteligência artificial (IA), está preocupada com o crescimento da Huawei, sua principal rival chinesa. A empresa teme que o avanço tecnológico da concorrente represente uma ameaça à sua liderança global no mercado de chips de IA.

Durante uma reunião a portas fechadas com o Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos EUA, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, expressou preocupação com as crescentes capacidades da Huawei no desenvolvimento de chips para inteligência artificial.

Huawei mira liderança no mercado chinês de chips

Um dos pontos centrais da reunião foi a discussão sobre os chips de IA da Huawei e o impacto das restrições impostas pelos Estados Unidos às exportações da Nvidia para a China. Os executivos alertaram que tais medidas podem acabar tornando os produtos da Huawei mais competitivos.

Há uma preocupação específica de que os chips chineses passem a ser usados no treinamento do modelo de IA DeepSeek, reforçando ainda mais a autonomia tecnológica da China.

Em nota oficial, o porta-voz da Nvidia, John Rizzo, afirmou que “Jensen se reuniu com o Comitê de Relações Exteriores da Câmara para discutir a importância estratégica da IA como infraestrutura nacional e a necessidade de investir na fabricação dos EUA”. Rizzo também reiterou o apoio total da Nvidia ao governo norte-americano.

Sanções contra a Nvidia podem fortalecer a Huawei

Recentemente, a Casa Branca intensificou os controles de exportação sobre os chips da Nvidia. No mês passado, a empresa revelou que o governo dos Estados Unidos solicitou a suspensão das vendas do chip H20 para a China.

A medida, que visava conter o avanço tecnológico de Pequim, pode ter efeitos colaterais indesejados. Segundo informações da Reuters, a Huawei está se preparando para preencher a lacuna deixada pela Nvidia no mercado chinês com novos produtos.

Disputa global por hegemonia tecnológica

A chamada “guerra dos chips” envolve uma disputa direta pela liderança global em tecnologias estratégicas, como semicondutores e inteligência artificial.

Os Estados Unidos não apenas proibiram a exportação de chips avançados para a China, como também impediram o país asiático de adquirir insumos essenciais para a produção própria, incluindo componentes, tecnologias e softwares de origem americana.

As restrições vão além: cidadãos norte-americanos estão proibidos de participar de qualquer atividade que possa apoiar o desenvolvimento de semicondutores avançados na China — incluindo manutenção de equipamentos, consultoria ou autorizações de entrega para fabricantes chineses.

Para fechar ainda mais o cerco, a Casa Branca anunciou novas regras destinadas a impedir que Pequim acesse tecnologias sensíveis por meio de terceiros países.

Com a intensificação desse embate tecnológico, a liderança da Nvidia na IA global está sob pressão, enquanto a Huawei se consolida como um dos principais agentes da China na corrida por soberania digital.

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