Bom negócio no radar
Apesar de a prefeitura não divulgar oficialmente, os motoristas de Cuiabá já depositaram este ano R$ 9,8 milhões nos cofres do município em multas de trânsito. Mais da metade desse valor, R$ 5,03 milhões, resultou de flagrantes obtidos pela fiscalização eletrônica feita com os populares “radares”.
Em uma projeção simples (que não considere uma diminuição gradual das infrações dado o alto poder educativo da pancada que os motoristas sentem no bolso), dentro de dois anos a Prefeitura de Cuiabá já terá amortizado o investimento de R$ 39 milhões feito na contratação do consórcio que instala os radares.
Depois disso, o que vier é “lucro” (do ponto de vista do Tesouro Municipal, é claro, pois do ponto de vista do contribuinte só há desembolso: quando paga para instalar o radar e quando é multado pelo mesmo equipamento).
Pelo contrato serão 44 lombadas eletrônicas, 44 radares fixos, 55 detectores de avanço semafórico, 30 câmeras de monitoramento, uma unidade móvel de monitoramento, dois radares móveis, dois painéis de mensagens variáveis, 30 talonários eletrônicos de infração, um sistema de apoio a JARI e uma Central de Inteligência de Controle de Trânsito.
Exceder a velocidade permitida ou avançar o sinal vermelho nos novos pontos de fiscalização eletrônica geram multas entre R$ 85,17 e R$ 574,62 (a depender da velocidade excedida) e a perda de quatro a sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Procurados, nem o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Thiago França, e nem a assessoria de imprensa da prefeitura quiseram comentar sobre a receita obtida com a instalação dos radares em Cuiabá. Também não quiseram informar quantas multas já foram aplicadas pelo sistema de monitoramento, nesse quase um ano de funcionamento. Até o final de agosto já haviam sido mais de 180 mil flagrantes.
origem: http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=479089
Sirlei Madruga de Oliveira
Editora do Guia do CFTV
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