CGI.br teme que país possa sofrer novos apagões na Internet

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Técnicos
da Telefônica, nesta sexta-feira,08/08, estiveram reunidos por quase
duas horas com os membros do Comitê Gestor da Internet do Brasil
(CGI.br). Foram explicar o porquê de o Estado de São Paulo ter
ficado sem Internet, entre os dias 2 e 3 de julho. Foram mais de 36
horas de "apagão".  A pane aconteceu a partir de uma falha em um dos
roteadores da rede IP/MPLS banda larga da concessionária. Ela acabou se
alastrando, apesar de a rede possuir dispositivos de segurança que, na
prática, falharam. Ao término do encontro, os membros do CGI.br saíram
atordoados.

Não há nenhuma garantia de que tal problema não possa novamente
acontecer com a própria Telefônica ou com as demais concessionárias de
telefonia, também prestadoras dos serviços de Internet banda larga.
Pela forma como o problema foi relatado, os técnicos do CGI.br temem
que o país possa vir a sofrer um outro "apagão" ocasionado por falhas
técnicas semelhantes.

Sigilo

Na reunião, um dos representantes da Telefônica apresentou um
documento contendo, segundo ele, mais detalhes sobre o episódio – com
informações além do que foram reveladas ao público por intermédio do
presidente da empresa, Antonio Carlos Valente, quando o executivo
convocou a imprensa para tentar explicar a pane.

"Nós tomamos a liberdade neste fórum (CGI.br) de trazer um pouco
mais de informação do que a gente está trazendo para o público. Então,
por outro lado, peço que se mantenha o acesso a este documento restrito
ao grupo que está aqui", solicitou o funcionário da Telefônica que
coordenava a equipe técnica, composta por cinco pessoas.

O portal Convergência Digital respeitará o sigilo
dos nomes destes funcionários, pois eles não têm culpa se a empresa
preferiu omitir alguns fatos do público consumidor.  Apenas técnicos
participaram desta reunião com o CGI.br, onde a Telefônica foi
convocada para explicar uma pane que deixou o maior Estado do país sem
internet por quase dois dias e, em alguns casos, empresas e órgãos
públicos federais de outras regiões que contavam com os dados
repassados por São Paulo.

De fato, o problema na rede da Telefônica começou na manhã do dia 2
de julho quando, internamente, os técnicos começaram a reparar que
havia uma degradação no tráfego. O sinal estava intermitente na rede
IP/MPLS, fato incomum e fora dos limites "aceitáveis" pela
empresa. Simultaneamente começaram a chegar as reclamações de clientes,
que buscavam informações junto ao call center da operadora sobre as
quedas do serviço. A rede já sofria as oscilações, afetando ao mercado
corporativo e aos consumidores de banda larga do Speedy.

Imediatamente o CPqD teria sido chamado pelos técnicos da Telefônica
para. em conjunto, tentar identificar o que estaria ocorrendo, pois a
rede insistia em manter seu tráfego intermitente, apesar de nenhum dano
físico ter sido detectado. O técnico da Telefônica assegurou ao Comitê
Gestor da Internet de que todas as ações tomadas para tentar sanar o
problema foram implantadas a partir de um acordo entre a operadora, o
CPqD e os quatro fabricantes de equipamentos que atendem à Telefônica,
que também foram procurados para dar explicações sobre o problema.

Até então, a Telefônica trabalhava com uma rede precariamente sem
saber o porquê das  oscilações e das quedas de conexões dos usuários.
Em algum ponto desta rede havia uma falha, mas os técnicos não
conseguíam identificá-la. A partir daí foi que se começou a configurar
o verdadeiro "apagão", conforme admitiu o presidente da concessionária
à imprensa. 

Para espanto dos membros do Comitê Gestor da Internet do Brasil, os
técnicos informaram que a Telefônica só encontrou uma alternativa, nada
tecnológica, para resolver o problema. Adotou o mesmo procedimento
que uma pessoa comum faz quando há o travamento do seu sistema
operacional num computador: Desliga o equipamento e o religa novamente.

Só que numa rede de transmissão de dados não se desliga tudo no
mesmo momento, pois há um tempo para o sinal ir desaparecendo em toda a
sua malha. Depois que se consegue efetivamente parar a transmissão é
que chega a hora de religar o sistema e, desta forma, verificar se é
daquele ponto que partia algum tipo de anomalia de sinal ou de tráfego
de dados.

Esse procedimento foi adotado em várias etapas e locais da rede da
Telefônica nos dois dias em que São Paulo ficou com a Internet em
condições precárias. Até que, quando os sistemas foram religados na
região de Sorocaba, no interior paulista, os técnicos começaram a
visualizar que partia dali os dados "corrompidos" por um roteador, que
acabava gerando a degradação na transmissão dos pacotes de dados em
toda a rede.

A reunião não foi conclusiva. Mas o Comitê Gestor terminou o
encontro ciente de que a Internet Brasileira está fragilizada pela
falta de contingenciamento por parte das empresas, assunto que deverá
provocar amplo debate entre a entidade e a Anatel – que
foi representada no encontro pelo conselheiro Plinio Aguiar – pois a
empresa deverá sofrer um longo processo por quebra de qualidade na
prestação do serviço.

Origem: Convergência Digital


Marcelo Peres
Editor do Guia do CFTV

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Eng° Marcelo Peres

Eng° Eletricista Enfase em Eletrônica e TI, Técnico em Eletrônica, Consultor de Tecnologia, Projetista, Supervisor Técnico, Instrutor e Palestrante de Sistemas de Segurança, Segurança, TI, Sem Fio, Usuário Linux.

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