Guerra dos chips: EUA temem que China use IA em armas e hackers

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O governo de Joe Biden, presidente dos EUA, está considerando novas restrições às exportações de chips de IA (inteligência artificial) para a China. Isso porque aumentam as preocupações no país sobre o poder da tecnologia nas mãos de seus rivais, segundo pessoas familiarizadas com a situação ouvidas pelo The Wall Street Journal.

Para quem tem pressa:

  • O governo de Joe Biden, presidente dos EUA, está considerando novas restrições às exportações de chips de IA (inteligência artificial) para a China;
  • Essa seria uma resposta ao aumento das preocupações no país sobre o poder da tecnologia nas mãos de seus rivais;
  • O Departamento de Comércio pode agir no início de julho para interromper as remessas de chips feitos pela Nvidia e outros fabricantes de chips para clientes na China;
  • A ação seria parte das regras finais que codificam e expandem as medidas de controle de exportação anunciadas em outubro de 2022 pelos EUA.

O Departamento de Comércio pode agir no início de julho para interromper as remessas de chips feitos pela Nvidia e outros fabricantes de chips para clientes na China e outros países considerados preocupantes pelo país. Esses precisarão obter uma licença primeiro, disseram as pessoas.

A ação seria parte das regras finais que codificam e expandem as medidas de controle de exportação anunciadas em outubro de 2022, disseram algumas das pessoas.

O Departamento de Comércio não respondeu ao pedido de comentário do WSJ.

Restrições aos chips

Jensen Huang, cofundador e CEO da Nvidia, segurando um dos chips da empresa
Jensen Huang, cofundador e CEO da Nvidia (Imagem: Reprodução/The Wall Street Journal)

A medida pode prejudicar ainda mais a capacidade da China de desenvolver seus recursos de IA após as restrições de 2022, que cortaram os chips de IA mais avançados fabricados pela Nvidia e pela AMD.

A Nvidia respondeu a essa mudança criando uma versão de seus chips IA para o mercado chinês, chamada A800, que ficou abaixo dos limites de desempenho definidos pelo Departamento de Comércio. Esse chip substituiu o A100, amplamente usado em data centers para fazer cálculos de IA.

As novas restrições contempladas pelo departamento proibiriam a venda até mesmo de chips A800 sem licença, segundo pessoas a par do assunto.

A Nvidia se recusou a comentar e a AMD não respondeu imediatamente ao pedido de comentário do WSJ.

O governo também está considerando restringir o aluguel de serviços de nuvem para empresas chinesas de IA, que usaram tais acordos para contornar as proibições de exportação de chips avançados, dizem algumas das pessoas familiarizadas com as discussões.

O momento do lançamento da regra ainda é incerto, pois os fabricantes de chips continuam pressionando o governo para renunciar ou aliviar as novas restrições. É provável que o governo espere até depois de uma visita à China da secretária do Tesouro, Janet Yellen, no início de julho, para evitar irritar Pequim, segundo uma fonte familiarizada com a situação.

Contexto

Funcionário manuseando, de luva, novo processador
(Imagem: Reprodução/The New York Times)

As discussões seguem o surgimento das chamadas ferramentas de IA generativas, como o ChatGPT da OpenAI, que se tornou um fenômeno cultural somente depois que o primeiro conjunto de restrições entrou em vigor em 2022.

Autoridades e legisladores dos EUA veem cada vez mais a IA através de lentes de segurança nacional. Armas infundidas com IA podem dar aos rivais dos EUA uma vantagem no campo de batalha. E ferramentas de IA podem ser usadas para criar armas químicas ou produzir código de computador malicioso.

No entanto, proteger tecnologias cruciais e minimizar o impacto nas operações de empresas dos EUA e nações aliadas é um grande desafio para o governo dos EUA.

Estamos protegendo nossas tecnologias fundamentais com um pequeno quintal e uma cerca alta.

Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, em abril

Pessoa segurando novo processador
(Imagem: Reprodução/The New York Times)

O Departamento de Comércio implementou em outubro uma série de medidas rigorosas de controle de exportação de semicondutores avançados e máquinas de fabricação de chips. Mas não emitiu regulamentos formais para codificar as regras.

Desde o final de 2022, o governo estadunidense reuniu comentários de empresas afetadas e negociou com os governos de nações aliadas para elaborar as regras finais.

Os EUA persuadiram a Holanda e o Japão – que possuem os maiores fabricantes mundiais de equipamentos para fabricação de chips – a aderir à sua política. E têm trabalhado com eles para unificar a lista de itens controlados.

Espera-se também que os EUA permitam que os fabricantes de chips da Coreia do Sul e de Taiwan continuem operando e expandindo suas fábricas existentes na China, fabricando chips menos avançados.

O governo Biden também está avaliando uma ordem executiva que restringirá o investimento dos EUA na China e em outros rivais geopolíticos.

Nova tecnologia dos EUA

Funcionários manuseando novo processador em linha de produção
(Imagem: Reprodução/The New York Times)

Por mais de 50 anos, projetistas de processadores – também chamados de chips – usaram uma tática para aumentar desempenho: encolher componentes eletrônicos para colocar mais energia nos pedaços de silício. Porém, engenheiros da AMD sugerem ideia radical que pode ser resposta para os EUA continuarem na vanguarda dessa tecnologia.

É assim: em vez de projetar microprocessador com grande número de transistores minúsculos, eles criaram um a partir de chips menores, que seriam empacotados juntos para funcionar como um cérebro eletrônico.

O conceito, chamado de chiplets em inglês, pegou em grande escala, com AMD, Apple, Amazon, Tesla, IBM e Intel apresentando tais produtos. Eles ganharam força rapidamente porque chips menores são mais baratos de fabricar, enquanto pacotes deles podem superar o desempenho de qualquer fatia de silício.

 

 

 

 

 

 

 

João Marcelo de Assis Peres

joao.marcelo@guiadocftv.com.br

GuiadoCFTV

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